20 novembro 2008

Se Constâncio tivesse razão

Ontem, num post afixado aqui no Em Contraluz, o meu amigo AR criticava Vítor Constâncio por este defender a tese de que o período médio de desemprego é cada vez mais prolongado por causa da generosidade do subsídio de desemprego. Diz o AR que «este tipo de leituras enraíza numa perspectiva ultra-liberal que teima em culpabilizar as pessoas pelas difíceis situações em que se encontram, sejam elas as de desemprego, pobreza ou outras».
Mas imaginemos que Constâncio tem razão. Onde é que tal hipótese nos conduziria? Provavelmente à afirmação de que uma boa parte dos problemas da supervisão bancária teriam origem no facto de Constâncio ser preguiçoso e desleixado. Porquê? Porque Constâncio aufere um rendimento extremamente generoso (cerca de 280.000 euros anuais), associado a uma pensão de reforma bastante simpática, já garantida pelos (poucos) em que exerceu o cargo de Governador do Banco de Portugal.
Mas eu não creio que Constâncio seja preguiçoso nem desleixado. Acredito que comece o seu dia de trabalho cedo e que o termine já tarde. Não creio que seja preguiça. Será provavelmente incompetência.

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