18 dezembro 2008

O ataque aos deficientes e a distinção público/privado

Depois de ter retirado benefícios fiscais aos deficientes, o Governo toma novas medidas que prejudicam os cidadãos e as cidadãs com deficiência. Com efeito, «as instituições de solidariedade social que têm actividades ocupacionais para deficientes vão cobrar a partir de 2009 uma mensalidade que poderá ir até 30 euros», segundo noticia o PÚBLICO. Estes serviços eram até agora gratuitos devido ao apoio do Estado.
Se esta notícia, por si só, é lamentável, não é menos lamentável a justificação que terá sido dada pelo presidente do Instituto da Segurança Social para a implementação desta medida. Aparentemente, terá dito que a ideia é criar condições idênticas entre os centros privados e os centros públicos. Os deficientes certamente agradecem mais este disparate neoliberal. Para o Governo não importa melhorar serviços nem condições: o que importa é que o público seja igual ao privado, nem que isso implique - como frequentemente implica - piores condições para os cidadãos.
Num regime que faz a apologia da excelência, não deixa de ser extraordinária a facilidade com que os mais disparatados argumentos servem para nivelar por baixo as condições existentes.

1 comentário:

Luís disse...

Tenho um irmão deficiente e ainda estou para perceber o que isso significará para ele, ou para os seus familiares. Mas, independentemente disso, não é esta a primeira demonstração dos padrões de referência deste nosso Governo e de outros que o precederam também. Muito não faltará para que a grande maioria da população ande com uma mão à frente e outra atrás, enquanto uns poucos senhores se passeiam num dos seus carros de luxo, que se calhar nem é seu mas antes de todos nós!...