Ora, parece-me que os últimos acontecimentos dão, em larga medida, razão a esses críticos que há muitos anos insistem em estragar a festa e a felicidade extasiante dos defensores do "novo capitalismo" até porque este é também popular.
Aliás, quando nos finais da década de 80, princípios da de 90 do último século, na era Reagan-Thatcher se começou a falar de "capitalismo popular" confesso que esta expressão me soou a paradoxal. Mas, eis que agora percebo o que se pretendia dizer ou subentender com tal noção: é que essa nova forma de capitalismo pressupunha que alguns geriam grandes quantidades de dinheiro que muitos amealhavam com magros salários, na esperança tonta de, também eles, serem grandes capitalistas, mas se tal gestão desse para torto teria que ser o povo (através dos impostos) a pagar, já que mesmo que o povo protestasse lá estaria o Estado para fazer grandes injecções de dinheiro para salvar a economia sempre a mesma, pois dizem-nos, só desta forma nos podemos salvar da miséria colectiva.
Esperemos com paciência o que os próximos tempos nos dirão, mas arrisco a prever que agora que baixou a maré é que se vai ver quantos andavam nus na praia.
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