Será possível os pobres recuarem mais na resistência ás suas situações de múltiplas privações e outras tantas humilhações públicas e privadas? Esta pergunta um tanto dramática assaltou-me a propósito da leitura da legislação de contenção das despesas do estado com prestações sociais que ontem entrou em vigor. Se quisermos encontrar um racional para essa legislação, é possível dizer que se trata, em alguma medida, de um exercício de CANIBALISMO SIMBÓLICO. Quando se trata de dar exemplos de poupança , são os pobres os escolhidos, sobretudo se são beneficiários do RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO, ou beneficiários do SUBSÍDIO SOCIAL DE DESEMPREGO. E, contudo, não se pondera os efeitos que esses cortes terão na gestão da vida quotidiana das pessoas que vivem ( não exclusivamente, é claro) desse tipo de ajuda do Estado. É claro que as medidas agora adoptadas, para além de criarem dificuldades acrescidas na gestão financeira e também relacional dessas famílias, aumenta o seu reconhecimento público como suspeitos do desperdício dos dinheiros de todos nós. Resta saber até quando este jogo pode continuar.
Mudanças: Glob@ctivism
Há 8 anos
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