Quem estiver atento às promessas que nos últimos meses foram feitas para a criação de novos postos de trabalho em Portugal não terá razões para estar pessimista quanto ao futuro e, muito menos, quanto à saída airosa da crise em que nos encontramos. De facto, nos últimos meses, quer o governo quer as autarquias não param de anunciar acordos e parcerias de investimento cujo propósito fundamental é a criação de postos de trabalho. Ontem foi a Câmara Municipal de Portimão que anunciou que vai ser criada no concelho uma fábrica que irá gerar 350 postos de trabalho directos, segundo as primeiras notícias, cerca de 250, segundo as notícias mais recentes. Mais cem menos cem, pouco importa para o caso. O importante é que vão ser criados novos postos de trabalho em Portugal, coisa rara, pelos vistos, tal é a relevância que esse anúncio obteve na comunicação social.
Ainda que se trate de anúncios a longo prazo, alguns a dez anos, sempre valerá a pena anotar as promessas agora feitas para verificar se serão ou não cumpridas. É claro que para isso é necessário ter paciência e sobretudo ter capacidade para encontrar surpresas, pois estou convencido que grande parte dessas promessas não só não serão cumpridas, mas fundamentalmente visam objectivos estranhos aos propósitos anunciados, desde estratégias eleitorais até formas de ultrapassar constrangimentos legais para favorecer clientelas locais. Com efeito, e como é sabido, a criação de emprego constitui muitas vezes um argumento para que algumas autarquias consigam não respeitar os PDM, procedendo a alterações pontuais, mas que acabam por ser cruciais para o modelo de organização e de desenvolvimento de um território. É, portanto, previsível que em momento de crise esse argumento suba de tom e também aumente o número dos que o aplaudem.
Ainda que se trate de anúncios a longo prazo, alguns a dez anos, sempre valerá a pena anotar as promessas agora feitas para verificar se serão ou não cumpridas. É claro que para isso é necessário ter paciência e sobretudo ter capacidade para encontrar surpresas, pois estou convencido que grande parte dessas promessas não só não serão cumpridas, mas fundamentalmente visam objectivos estranhos aos propósitos anunciados, desde estratégias eleitorais até formas de ultrapassar constrangimentos legais para favorecer clientelas locais. Com efeito, e como é sabido, a criação de emprego constitui muitas vezes um argumento para que algumas autarquias consigam não respeitar os PDM, procedendo a alterações pontuais, mas que acabam por ser cruciais para o modelo de organização e de desenvolvimento de um território. É, portanto, previsível que em momento de crise esse argumento suba de tom e também aumente o número dos que o aplaudem.
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